domingo, 29 de abril de 2012

Formação Vocacional



Conhecimento de si e auto-estima



O que entendemos por identidade?



É o conjunto de características que estabelecem quem é uma pessoa. É o conceito, imagem ou convicção interna que uma pessoa tem de si mesma, tomada como um todo ou sob uma função ou papel especifico (exemplo: identidade sexual, etc.). A identidade implica a integração harmônica da diversidade de aspectos da pessoa. Engloba a imagem que o sujeito tem de si mesmo e a auto-estima (avaliação que a pessoa faz de si mesma). A identidade implica a solidariedade com um sistema realista de valores. A identidade oferece á pessoa a experiência de unidade e de permanência no tempo.



 Nível Corporal: O Parecer



O corpo é a primeira referencia com a qual nos identificamos. A fé e os valores cristãos nos convidam a não ter o corpo como única fonte de referencia.



 Nível Social: O Aparecer



Também podemos buscar definir-nos a partir de nossos dotes e talentos (nível social). Podem nos definir: coeficiente intelectual, capacidade de expressão, liderança no grupo, capacidade de animação, bondade moral, habilidades técnicas, habilidades esportivas, habilidades artísticas, simpatia, empatia e etc.

Aqui o sujeito centra suas energias no que ele pode “fazer” ou “conquistar” com seu esforço. Este nível tem o perigo de dar uma visão parcial da identidade: porque nada do que temos é mérito nosso.



a)      - As qualidades como fonte de identidade:

       Depender das qualidades para definir nossa identidade faz depender nossa dignidade das qualidades. Também na procura de uma vocação podemos ser influenciados por este nível de identidade. Seria triste definir nossa vida colocando nossas dificuldades como limite à nossa resposta ao Criador.

b)      -  A dependência do rol:

“Rol” – É o papel que assume e joga perante a sociedade. Lugar de expressão das suas qualidades.

Na vida cristã não pode se sobrepor ao amor. Na procura da vocação, “a importância social”, não é um critério valido de discernimento.

 c)  -  Protagonismo e carreira:

Identificar-nos com o “triunfo social” nos condena a triunfar para nos poder sentir bem com nós mesmos. Afã de protagonismo e de exibir os títulos = baixa auto-estima, e por isso uma grande necessidade de reconhecimento.

 d)  -  Narcisismo, a debilidade da identidade pessoal:

Não podemos permanecer sendo sempre adolescentes ou jovens narcisistas. Definimos a pessoa narcisista como aquela pessoa que olha constantemente a si mesmo (não ama) por não aceitar o amor recebido.

e)      -  Indecisão e ambigüidade:

Identificar-se com o próprio corpo é próprio da criança; com as habilidades pessoais, do adolescente. O vocacionado deve tomar decisões e agir. A vocação não é um desvio ou enfeite. Não é possível ter amada e amante ao mesmo tempo. A procura da vocação é a procura de um compromisso definitivo.



 Nível Ontológico: O Ser



Nem o “parecer” e nem o “aparecer” alicerçam nossa identidade. Devemos procurar o que somos e queremos ser. A identidade se constrói na relação entre o “eu atual” e o “eu ideal”.

Eu atual – O que de fato eu sou com todos os bens essenciais que me identificam.

Eu ideal – O que posso chegar a ser – Relação com os ideais que me sustentam; abertura ao crescimento.

O Eu atual e o Eu ideal, relacionados, estruturam a nossa identidade pessoal.



∙ Três condições em relação ao Eu atual e o Eu ideal:

1 – A presença do Eu atual e do Eu ideal: Crescendo sendo o que somos e podemos ser, assumindo valores.

2 – Distancia ótima entre o Eu atual e o Eu ideal: Anima-nos o esforço pelos valores. Perigo: Evitar frustrações: não propor ideais inalcançáveis, não confundir a opção com a vivência de um valor, não confundir o já vivido com o ideal: sempre podemos continuar a crescer!

3 – A lei de totalidade: “com todo o teu coração, com toda a tua mente, com todas tuas forças”... A mente descobre a verdade. O coração deseja o valor; a vontade o traduz na vida. Procurar nossa vocação deve ser um ato humano e não um simples ato de homem, em que todas nossas qualidades sejam exercidas.




              As três dimensões da auto-estima

                     * Auto respeito / valorização

                     * Auto confiança / reconhecimento

                      * Auto recepção / aceitação



Sede de afeto + Vontade de sobressair + falta de auto-estima = Identidade fraca.

 A pessoa humana precisa sentir-se bem de algum jeito. Quando não se ama o que se é, procura-se o jeito de sentir-se bem, porém esse jeito não nos ajeita senão que nos mantêm mais enganados e acaba por enganar outras pessoas que convivem ou que querem conviver com essa pessoa.




Só para termos em conta: Buscar ser feliz na opção que se procura; ser fiel sem ser feliz não presta; a vocação se descobre na medida em se vive; nunca se termina de crescer; procura responder continuamente a Deus; aceite desafios e cuida da instabilidade.

Por: Fr. Santiago Sánchez, OAR

Encontro Vocacional

 
No dia 17 de março, iniciamos a caminhada vocacional deste ano, com uma manhã de encontro com os vocacionados no Seminário Santo Agostinho. Após um momento de oração e dinâmica de apresentação, passamos ao tema do dia apresentado pelo formador e prior da Comunidade de Fortaleza, Fr. Santiago Sánchez, OAR.