Conhecimento
de si e auto-estima
O que entendemos por identidade?
É o conjunto de
características que estabelecem quem é uma pessoa. É o conceito, imagem ou
convicção interna que uma pessoa tem de si mesma, tomada como um todo ou sob
uma função ou papel especifico (exemplo: identidade sexual, etc.). A identidade
implica a integração harmônica da diversidade de aspectos da pessoa. Engloba a
imagem que o sujeito tem de si mesmo e a auto-estima (avaliação que a pessoa
faz de si mesma). A identidade implica a solidariedade com um sistema realista
de valores. A identidade oferece á pessoa a experiência de unidade e de
permanência no tempo.
Nível Corporal:
O Parecer
O corpo é a primeira referencia com a qual nos
identificamos. A fé e os valores cristãos nos convidam a não ter o corpo como
única fonte de referencia.
Nível Social: O
Aparecer
Também podemos buscar definir-nos a partir de
nossos dotes e talentos (nível social). Podem nos definir: coeficiente
intelectual, capacidade de expressão, liderança no grupo, capacidade de
animação, bondade moral, habilidades técnicas, habilidades esportivas,
habilidades artísticas, simpatia, empatia e etc.
Aqui o sujeito centra suas energias no que ele
pode “fazer” ou “conquistar” com seu esforço. Este nível tem o perigo de dar
uma visão parcial da identidade: porque nada do que temos é mérito nosso.
a)
- As qualidades como fonte de identidade:
Depender das
qualidades para definir nossa identidade faz depender nossa dignidade das
qualidades. Também na procura de uma vocação podemos ser influenciados por este
nível de identidade. Seria triste definir nossa vida colocando nossas
dificuldades como limite à nossa resposta ao Criador.
b)
- A
dependência do rol:
“Rol” – É o papel que assume e joga perante a
sociedade. Lugar de expressão das suas qualidades.
Na vida cristã não pode se sobrepor ao amor. Na
procura da vocação, “a importância social”, não é um critério valido de
discernimento.
c) -
Protagonismo e carreira:
Identificar-nos com o
“triunfo social” nos condena a triunfar para nos poder sentir bem com nós
mesmos. Afã de protagonismo e de exibir os títulos = baixa auto-estima, e por
isso uma grande necessidade de reconhecimento.
d) - Narcisismo, a debilidade da identidade
pessoal:
Não podemos
permanecer sendo sempre adolescentes ou jovens narcisistas. Definimos a pessoa
narcisista como aquela pessoa que olha constantemente a si mesmo (não ama) por
não aceitar o amor recebido.
e) - Indecisão e
ambigüidade:
Identificar-se com o
próprio corpo é próprio da criança; com as habilidades pessoais, do
adolescente. O vocacionado deve tomar decisões e agir. A vocação não é um
desvio ou enfeite. Não é possível ter amada e amante ao mesmo tempo. A procura
da vocação é a procura de um compromisso definitivo.
Nível Ontológico: O Ser
Nem o “parecer” e nem
o “aparecer” alicerçam nossa identidade. Devemos procurar o que somos e
queremos ser. A identidade se constrói na relação entre o “eu atual” e o “eu
ideal”.
Eu atual – O que de fato eu
sou com todos os bens essenciais que me identificam.
Eu ideal – O que posso chegar
a ser – Relação com os ideais que me sustentam; abertura ao crescimento.
O Eu atual e o Eu
ideal, relacionados, estruturam a nossa identidade pessoal.
∙ Três condições em relação ao Eu atual e o Eu ideal:
1 – A presença do Eu
atual e do Eu ideal: Crescendo sendo o que somos e podemos ser, assumindo
valores.
2 – Distancia ótima
entre o Eu atual e o Eu ideal: Anima-nos o esforço pelos valores. Perigo:
Evitar frustrações: não propor ideais inalcançáveis, não confundir a opção com
a vivência de um valor, não confundir o já vivido com o ideal: sempre podemos
continuar a crescer!
3 – A lei de
totalidade: “com todo o teu coração, com toda a tua mente, com todas tuas
forças”... A mente descobre a verdade. O coração deseja o valor; a vontade o
traduz na vida. Procurar nossa vocação deve ser um ato humano e não um simples
ato de homem, em que todas nossas qualidades sejam exercidas.
As três dimensões da auto-estima
* Auto
respeito / valorização
* Auto
confiança / reconhecimento
* Auto recepção / aceitação
Sede de afeto + Vontade de sobressair + falta
de auto-estima = Identidade fraca.
A pessoa
humana precisa sentir-se bem de algum jeito. Quando não se ama o que se é,
procura-se o jeito de sentir-se bem, porém esse jeito não nos ajeita senão que
nos mantêm mais enganados e acaba por enganar outras pessoas que convivem ou
que querem conviver com essa pessoa.
Só para termos em
conta: Buscar ser feliz na opção que se procura; ser fiel sem ser feliz não
presta; a vocação se descobre na medida em se vive; nunca se termina de
crescer; procura responder continuamente a Deus; aceite desafios e cuida da
instabilidade.
Por: Fr. Santiago Sánchez, OAR
Por: Fr. Santiago Sánchez, OAR